domingo, 23 de janeiro de 2011

14.12.2010 – O dia em Valência, a noite em Roma.

14.12.2010 

Acordei cedinho, e refiz o passeio de ontem, agora com a luz do sol e um pouco mais de cuidado. Andei pelo parque linear bonitão da cidade, e fiquei feliz de não ver tantos prédios, e ficar um pouco só passeando por um parque, sem pensar em nada. Vi o brinquedo mais legal do mundo que o Luiz me falou, mas ele estava fechado porque é inverno (não vou nem me aprofundar no assunto porque é triste pensar que eu não brinquei no brinquedo mais legal do mundo).

Cheguei na cidade das artesdo Calatrava e vi tudo, e não me empolguei muito. Sei lá, ele é bom com pontes, não exatamente com edifícios. Tipo, é bonito, tem engenharia, soluções diferentes e materiais diferentes, e ousadia, tudo o que eu gosto em arquitetura, mas sei lá, não me empolgou. Acho que no Calatrava não rola uma coisa artística, sensitiva, sensorial. O que acontece é uma coisa, sei lá, forçada demais, que no fim das contas não rolou.

Porém o parque linear me empolgou sim, e muito. Eu fiquei passeando por lá, feliz e contente, só olhando árvores, vendo pessoas, tirando fotos. Fui perseguida por um maluco de bicicleta que ficava me rodeando e olhando para mim, mas ele me perdeu depois que eu me escondi atrás de um brinquedo até ele me perder de vista. Ai esses europeus malucos.

Continuei andando pela cidade, e depois encontrei a Mari Novaski. Nós fomos até o 100 montaditos e tomamos uma cerveja e uma tapa. Foi muito gostoso. Depois eu comprei uma camiseta de aniversário para o marconzis, e peguei o avião para casa. No aeroporto eu encontrei o turco muito louco do albergue, que ia pegar o mesmo avião que eu. De novo ele tentou falar comigo, sem muito sucesso. Mas me rendeu boas risadas...

Cheguei em casa tarde, e o metrô já estava fechado, aí eu peguei um ônibus até o Termini, e o turco muito louco veio do meu lado, tentando falar outras coisas que eu simplismente não entendi. Cheguei no Termini e encontrei o Pedro - um amigo que estudou comigo no primário, e agora faz FEA e está fazendo intercâmbio em Porto - com uma menina turca que ele tinha acabado de conhecer. A menina, muito perdida, morava em Roma à 1 ano e não sabia pegar um ônibus para o aeroporto! Meu deus, isso que é uma pessoa perdida. Além do mais, ela não falava italiano, porque o curso dela era em inglês. Eu achei um absurdo uma pessoa que morou tanto tempo em Roma não saber nem se comunicar com italianos para perguntar aonde passa um ônibus especial, mas tudo bem.

Depois de encontrar o ponto para a turca muito louca, eu e o Pedro fomos para casa. Chegando lá, depois da meia noite, conversamos bastante com o Marcon, eu cozinhei uma pasta para nós dois e a gente ficou conversando mais um tempo. Fui durmir acabada, esse dezembro está sendo muito frenético...

13.12.2010 – a manhã em Madrid, a noite em Valência.

13.12.2010 

Para variar um pouquinho, as 8 da manhã eu estava de pé! Tomei café, fechei a mala me despedi das meninas e fiz o check out. Quem for para Madrid, eu recomendo fortemente o hostel que eu fiquei, que é muito bom e barato: Mad Hostel, fica a dica.

Saí pela cidade, e vi que tudo só abre as 10 da manhã em Madrid. Fiquei esperando o Reina Sofia abrir, e comprei um moleskine do museu, não pude resistir. Depois eu peguei o metrô e fui até a estação calle mayor, e fui na loja muji, que o Luiz tinha me recomendado, para eu procurar umas lapiseiras. Não encontrei nenhuma que me agradasse, então a minha infinita busca pela minha lapiseira continua. Já faz mais de 1 mês que eu perdi a minha, vamos ver mais quanto tempo eu demoro para encontrar outra lapiseira que me faça feliz.

Da Calle Mayor eu vim para o aeroporto, já que o Luiz também me disse que era certeza absoluta que eu ia me perder. Não Luiz, eu não me perdi, e cheguei no meu portão antes até de começar a formar fila para o embarque do vôo antes do meu! Hahaha.. tudo bem, foi bom porque eu consegui escrever no diário!

Peguei o vôo para Valência e cheguando lá eu peguei um mapa e todas as informações que eu precisava sobre como chegar no albergue ainda dentro do aeroporto, em inglês, sem problema nenhum. Adoro cidades européias bem preparadas para turistas perdidões.

Depois de apanhar um pouquinho do mapa, consegui encontrar o hostel, que era muito legal. Só deixei a minha mala no locker e saí com a minha câmera pronta para passear pela cidade. Resolvi ser Freestyle dessa vez, e não ficar me prendendo tanto assim a todos os pontos turísticos, e monumentos históricos e todo esse excesso de informação. Saí andando pela cidade, sem rumo, olhando prédios e pessoas, simplismente para ver, sentir e relaxar. Adorei.

Cheguei no albergue lá pelas 22h00, e peguei o computador e fiquei um tempo na sala comunal falando com um turco muito louco que não falava uma palavra de inglês, escrevi no blog e conversei no skype com os meus pais. Foi gostoso estar sozinha e ter um tempinho para tentar organizar as viagens, procurar alguém para ficar no meu quarto em Roma e tudo mais. Lógico que não deu tempo de organizar tudo, e esse atraso me deixa maluca, mas no fim o sono me venceu e eu fui durmir. Amanhã eu acordo bem cedo, para aproveitar bastante o dia, já que é o meu único dia aqui.


Aí vão as fotos do passeio:


O mercadão




A praça principal






O natal!

A porta da cidade.

E a noite da cidade...

12.12.2010 – MADRID, DIA 2

12.12.2010 – As ruas madrilenhas.


Acordei as 8 da manhã para tomar café, e só de pisar no chão eu vi como eu tinha me estragado ontem, os meus pés estavam me matando. Mesmo assim eu comi e coloquei uma roupa para mais um dia de passeios sem fim. Como eu já tinha ido em todos os museus que eu queria (faltou entrar no tyrssen. Lá estava tendo uma exposição temporária de fotos do Mário Testino que eu queria ver, mas com a overdose de museus de ontem, eu nem cogitei entrar lá), eu reservei o dia de hoje para caminhar bastante por Madrid, e conhecer todas as famosas praças e jardins, e para conhecer o palácio e simplismente para ver o que estava acontecendo na rua.

Primeiro eu fui para o Reina Sofia, para fazer umas fotos da expansão do Jean Nouvel, que eu achei bem legal / meio fora de contexto, por mais contraditório que seja. Depois eu fui para a Porta Del Sol, que é aonde tudo começa em Madrid, é o ponto mais central da cidade, aonde tem o marco zero e uma estátua do urso na árvore de Cranberries. Não pedi para ninguém tirar uma foto minha do lado da estátua, mas eu passei a mão no pé do urso, só para garantir que eu um dia vou voltar para Madrid.


Reina Sofia, por Jean Nouvel


O tal do urso. Se você passar a mão no pé dele, volta para Madrid!
Pelo sim pelo não, eu me garanti.

Calle Mayor


Capoeira na praça principal de Madrid



Ainda na Porta Del Sol, eu vi uma roda de capoeira, e parei uns 5 minutinhos para ouvir umas pessas falando em português! Segui até a Plaza Mayor, que estava tendo uma feirinha inteira só de itens natalinos! Era sensacional, ver as pessoas andando com chapeuzinho de natal, comprando coisas para as suas árvores e seus presépios e tal. Reparei na iluminação da cidade, e com certeza eu vou sair passeando por aí para fazer umas fotos noturnas que com certeza vão estar com um ar bem mais natalino.



Plaza Mayor

Plaza Mayor

Na cidade tão lotada, de repente, um vazio.


Da Plaza mayor, eu fui para o palácio, ver aonde mora a Família Real espanhola. Infelizmente, a igreja do lado do palácio, aonde o príncipe se casou, estava fechada para reforma. O palácio também estava fechado para um evento oficial, então eu tive que me contentar em entrar só na praça do palácio. Lá estava tendo outra exposição gratuita (eba!).



Olha o tamanho da praça do palácio...

...e a escala da praça do palácio...

...e o palácio!



Saindo do palácio, eu fui para o jardim blábláblá, que era muito muito lindo, mas estava meio molhado de uma chuva que deve ter caído antes de eu chegar. Mesmo assim, lá tinham muitos grupos de amigos. Dos jardins, eu fui para a Plaza Espanha, que tinha um cheiro de xixi enorme, e estava quase toda fechada, com uns tapumes montados. Fiquei bem pouquinho lá porque a praça não foi nem um pouco acolhedora, ao contrário do próximo ponto: o templo de debod



Jardins atrás do Palácio


O templo em si não tem nada de mais, e eu dei a ele a atenção devida (quase nada), mas eu fiquei boquiaberta com a capacidade da praça de fazer as pessoas se sentirem à vontade. Eu reencontrei a roda de capoeira que tinha migrado para lá, e vi infinitos grupos de amigos. Subitamente eu fiquei tão feliz que até andei por aí distribuindo sorrisos, mas logo eu fiquei triste, porque eu queria que os meus amigos do Brasil estivessem ali comigo. Depois eu resolvi sentar e desenhar o que me desse na telha, e perdi um bom tempo sentada lá, só desenhando, ouvindo Chico Buarque,  e vendo as pessoas curtindo a vida.


Entrada da Praça

O templo ali do lado

A roda de capoeira de novo




Foi aí que eu vi que já era quase 17h00 e eu ainda não tinha almoçado. Resolvi voltar para o albergue, para dessa vez chegar cedo na cozinha e conseguir fazer um jantar. O forno era elétrico e muito ruim, e demorou quase 1h para a água entrar em ebulição... Mas pelo menos eu consegui fazer uma refeição em Madrid! Logo depois do jantar, eu saí de novo para tirar fotos noturnas natalinas da cidade, aí vai:




É Natal, laralá!









Chegando no hostel eu fui tomar banho e fiquei conversando com as meninas do meu quarto, e de quebra consegui várias dicas e talvez umas acomodações para as viagens que estão por vir. Arrumei a minha mala para amanhã, e fui durmir, mais uma vez exausta. Passei por Madrid sem ir para nenhuma festinha, mas por outro lado eu vi tanta coisa que acho que eu nunca conseguiria colocar tudo aqui.

Fato inusitado do dia: eu vi um velinho fazendo xixi na rua, no cantinho da Plaza mayor, as 20h00, meio que na frente de um mar de pessoas! Mas esses espanhóis são muito sem vergonha mesmo, deus do céu! 

11.12.2010 – MADRID, DIA 1

11.12.2010 – Overdose de museu

Já vou avisando: este post vai ser gigante, e vai falar só sobre arte. 


Madrid me deu um prazer artístico sem fim, e eu vou escrever tudo aqui. Aos que curtem arte, é um prato cheio, e vai dar uma vontade infinita de vir para Madrid também!

Não preciso nem comentar a grande meleca que foi acordar as 3 da manhã e pegar ônibus com uma mochila, junto com toda a galera da balada. Chegando no fim da linha, eu tive que pegar um taxi até o aeroporto. Foram menos de 10 minutos até chegar lá, e me custaram sofridos 20 eurinhos, doeu na minha alma!

Cheguei no aeroporto na hora - e o vôo Roma-Madrid durou mais de 2 horas - eu não sabia que demorava tanto. Eu já estou desenvolvendo a milenar técnica de durmir profundamente nos vôos Ryanair, e nesse vôo não foi direfente. O grande problema é que atrás de mim tinha uma criança hiperativa que falava em 3 línguas diferentes (italiano, inglês e português). O menininho dava um banho em mim no quesito línguas, me senti uma idiota. Além disso, ele me acordou porque ele tinha um tique de ficar tirando fotos pela janela.

Até que eu resolvi olhar pela janela para ver de que tanto ele tirava fotos, uma vez que lá embaixo só tinha o mar. Bastou uma olhadela para entender tudo: o mar estava congelado! Sabe aquelas cenas do National Geographic que mostra o pólo norte, as geleiras e tal? Então, era exatamente isso!! Não era só um gelinho na superfície, eram tipo icebergs grandões! Só faltou um urso polar passeando por ali! Nessa hora me bateu um medo, vai saber o que me espera em Madrid..

Chegando em Madrid, a boa notícia: estava quentinho! O dia inteiro fez uns 12 graus, e dava para ficar tranqüilo sem a segunda pele e sem o casacão, eba! 


Só deixei a mochila no albergue e saí correndo para conhecer a cidade, e nisso já era 10 da manhã. Fui primeiro para o Reina Sofia que era ali pertinho, mas a entrada gratuita era só a partir das 14h30. Eu que não sou boba nem nada, fui passear mais um pouquinho para esperar dar o horário.

Praça do museu Reina Sofia




Neste tempo eu fui na Caixa Forum, que é um prédio do Herzog & De Meuron. Lá, eu vi 3 exposições gratuitas e as três foram muito especiais, e só elas valeriam a visita à Madrid: Uma exposição de fotografia, de Isabel Muñoz (pesquisar as imagens e colocar aqui), sobre a infância; uma exposição sobre a vida de Fellini, que me ensinou muitas coisas sobre ele que eu não sabia, e me deu uma vontade enorme de assistir a vários filmes dele; a terceira foi uma exposição sobre Dalí e Lorca, que dava um banho na exposição de Van Gogh em Roma, e ainda por cima era gratuito! O Dalí era muito doidão, e eu gosto dele. 


Decidi não colocar fotos das exposições para não pesar muito aqui, mas vale a pena dar um google em Isabel Muñoz e vez o que aparece!

Caixa Forum





Saindo do Caixa Forum, eu fiz um passeio na frente do museu do prado, vi uma bandinha feliz na frente do Museu Tyrssen, e descobri que Madrid é uma cidade muito jovem, e que todos os jovens estão na rua do início da noite até o início do dia.

Gran Vía

Museu do Prado






A floresta dentro da estação Atocha


Depois do passeio eu voltei para o Reina Sofia e aí sim eu entrei! Manhêeeee, eu vi a Guernica, ao vivo!! Foi emocionante ver aquele quadro ali na minha frente, tão cheio de emoções, de política, de tudo. Os ensaios para o quadro também foram muito expressivos, e eu quase que pude sentir o sofrimento de uma guerra civil.

Além disso, eu vi mais um monte de coisa muito interessante, e eu senti um pouco de alívio por ver um pouco de arte moderna e contemporânea, e deixar um pouco para lá a arte clássica e renascentista que eu sempre vejo em Roma. 
Ver um pouco de purismo, cubismo e tal foi libertador! Lá no museu podia tirar fotos, mas eu não me senti a vontade para fazer isso, então sem fotos para vocês.

Além disso, ainda no Museu do Prado, eu vi as exposições temporárias que foram muito legais! 

Ampliação do museu, por Jean Nouvel


Reina Sofia
Exposição temporária, chupa Michelângelo!

David virou Adão!




Todas as capas de jornal do mundo, em 12.09.2001

Fotos de pessoas de 0 a 100 anos

Genial! É um stop motion de uma mulher se maquiando,
e uma cadeira na frente, para você sentar e esperar por ela.




Depois de muito tempo, quando eu me dei conta de que eu também tinha um corpo, eu vi que estava cansada, mas ainda não estava na hora de descansar. Saí do Reina Sofia e fui direto para o Museu do Prado, para entrar de graça também, eba!

O acervo de lá é estupidamente enorme, e eu já não tinha mais forças de apreciar tudo, então eu fui direto nos quadros que me interessava , e depois de 1h30 eu acabei indo embora.

Nessa brincadeira, já era 8h30 da noite, e eu não tinha nem tomado café, nem almoçado, nem jantado, e estava com duas meias e de tênis a mais de 17 horas; logo, estava na hora de ir para o albergue. Eu comprei um macarrão semi pronto para fazer, mas a fila da cozinha do albergue estava enorme, e eu estava tão cansada que não agüentei esperar. Subi, tomei banho e fui durmir, não sem antes fazer amizade com uma polonesa e duas suecas que estavam no meu quarto. Sucesso de dia, sucesso nas amizades aí eu fui durmir feliz (e com fome).