04.10.2010 – GREVE! AS RUAS, AS RUAS!
Eu acordei as 10, ainda meio perdida, mas o dia hoje foi tranquilão. Tomei banho e tal, e na hora do Marcon tomar banho, claro, ele quebrou o chuveiro. A gente tinha combinado de ir na faculdade à tarde, então consertar o chuveiro ficou para depois.
Fomos para a faculdade, na esperança de descobrir alguma coisa sobre a greve. Bom, descobrimos o motivo da greve: o nosso amigão com alma carioca Berlusconi resolveu cortar a verba da educação, resumidamente. Aqui tem alguns professores que não são consursados, aí foi desses professores que ele reduziu o salário. Acontece, que esses professores são quase 35% do corpo docente, aí eles resolveram entrar em greve. Ao outros professores, então, resolveram entrar em greve porque restaram poucos professores para dar aula. Os alunos, que são tão revolucionários malucos quantos os do NN ( na mesma proporção dos NN aí no Brasil), resolveram entrar em greve porque odeiam o Berlusconi.
Na faculdade, estava tendo uma assembléia. Sim, eu vim para a Itália, aqui
lonjão, para ver uma assembléia em italiano! É impagável. E é tudo igual. As mesmas reclamações, os mesmos argumentos, tudo igual. Claro, eu não tive paciência de ficar lá mais do que 10 minutos. Eu cheguei, vi qual é que era, ouvi a historinha e me pirulitei. Afinal, tinha um chuveiro para ser consertado e eu não ia perder meu precioso tempinho em terras européias ouvindo as mesmas balelas de sempre. O fato é que a minha faculdade está em greve sem previsão de retorno. Bom, não sei eles, mas eu vou aproveitar o tempo livre.
Voltamos para casa e passamos em uma lojinha de coisas hidráulicas para comprar um chuveiro. Eba, chegou a parte maluca do dia: a mocinha que vendeu o chuveiro para a gente. Bom, na verdade quem vendeu foi um cara mó simpático, essa mulher era a mulher do caixa.
Para começar, a gente estava ali esperando para pagar e ela no maior papo com um cara e uma menina. Ela ficou lá, uns 5 minutos conversando sem nem dar bola pra gente, que estávamos fazendo as maiores caretas de “poxa, a gente quer pagar e ir embora, custa cobrar o chuveiro da gente e depois voltar a jogar conversa fora?”. No fim, ela se despediu do cara e da menina e resolveu dar atenção para nós.
Quando os romanos conversam entre si, algumas vezes não dá pra entender nadinha, mas sei lá, tudo bem, é um dialeto, eles falam correndo, faz todo o sentido não entender nada. Só que aí, a moça começou a falar com a gente sobre o assunto que ela estava conversando com o cara e a menina, e a gente não entendeu nada: nem qual era o assunto que ela tinha conversado com eles, nem do que ela estava dizendo pra gente. Aí a gente fazia cara de nada, dava um sorrisinho e fazia que “sim” com a cabeça, como dois imbecis.
O marcon acha que ela estava falando de alguém que bateu uma scooter. Eu entendi que tinha um celular no meio da história. Pode ser isso, ou ela pode ter comentado sobre a receita de um bolo de laranja, ou ela pode ter dito que nós éramos feios e estranhos, que não faz a menor diferença. Nesse caso não era nem um “blábláblá wiskas blábláblá”, porque nem o wiskas a gente entendeu. E a moça falava, falava, e dava uma risadinha. Aí a hora da risadinha era a nossa brecha de dar uma risadinha também e balançar a cabeça. Foi realmente ridículo, espero nunca mais ver essa mulher na minha vida. Imagina só se ela lembra de mim e pergunta qualquer coisa? Eu não vou nem entender que ela fez uma pergunta... enfim, a moça precisa de uma fonoaudióloga, pra aprender a falar claramente, e nós precisamos aprender alguma coisa sobre o dialeto romano para não passar vexame.
Fora isso a gente jantou e durmiu tranquilão, ufa.
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