30.10.2010 – Verona, a cidade mais fofa da Itália
Eu não posso fazer uma foto história, porque em Verona um monte de coisa fofinha aconteceu. Perdão aos que gostaram da foto história, mas dessa vez a história será contada, e não vista.
Tudo começou ( a um tempo atrás, na ilha do soooool...) ainda no trem, de Veneza para Verona. Claro, nós não vimos no Google o caminho da estação para o albergue e, claro, nem o Marcon nem a Letícia aceitavam ligar para o albergue. Lá fui eu, a que pior fala italiano dos três, ligar para o albergue as 9 da noite para dizer que a gente não sabia chegar lá. Pois bem, aí eu descobri como Verona é legal: o cara tinha mais ou menos a nossa idade e falou assim “aah, vocês tem que pegar o ônibus tal tal tal, e chega em tal tal tal... putz, que horas vocês chegam?”, “-às 10h45”, “ Va Bene, eu busco vocês de carro na estação, bem mais fácil!”.
Meeeu, o cara foi buscar a gente na estação! Dá para ser mais fofinho do que isso? Dá, claro. Na verdade, eram 2 caras, um deles foi o que se prontificou a buscar a gente na estação, e o outro foi campeão mundial da bondade: ele pegou um mapa da cidade, circulou os pontos principais e explicou tudinho para a gente, e como ele era estudante de arte, ele deu umas dicas quentes!
O albergue era muito legal! Os lençóis eram de graça, as toalhas eram de graça, o café da manhã era de graça. Na cozinha tinham biscoitinhos que a gente podia comer, e o banheiro era grande, bom, e limpo! E nós tínhamos um quarto só para a gente e pagamos menos do que em Veneza, demais!
Ok, aí nós estávamos felizões com tanta boa vontade, e fomos dar um passeio pela cidade, lá para as 11 da noite. Descobrimos que o rio é grandão e lindão, e fomos até a porta da casa da Julieta (nháaaaa, que amor!), e até o centro da cidade, que estava cheio de pessoas, apesar do frio. Comemos um wrap, voltamos para o albergue e durmimos felizes e quentinhos.
Rio Adige, lindão |
Porta da casa da Julieta, cheia mesmo na noite fria. |
No dia seguinte, fomos tomar café da manhã em um bar pertinho, porque lá era de graça mostrando um papelzinho do albergue. Adivinhem só: a moça do bar era muito simpática! Ela foi super legal, fez um café da manhã super gostoso, sacou um italiano estranho que o Marcon falou e ainda repetiu uma palavra em Português. Além de tudo, ela deixou a gente deixar as nossas malas lá o dia todo, para não ter que pagar no locker da estação de trem. Demais!
Parecia impossível se sentir mais bem tratado em um cidade, que além de tudo era ridiculamente linda. O rio é a paisagem marcante da cidade, e as árvores amarelinhas do outono davam um tom romântico para tudo. Não é à tôa que a maior história de amor aconteceu lá, não é à tôa mesmo...
Observação nem tão pertinente: nas pontes, tem um montão de cadeados presos. Os casais vão lá, prendem o cadeado e jogam a chave no rio. Aí, ninguém pode separar o amor deles. A Leti disse que isso é a história de um filme. Me perdoem a ignorância, eu não conheço o filme, nem lembro o nome dele. Mas, de fato, as pontes ficam bombando de cadeados, não só em Verona. Eu vi em Veneza e em Roma Também..
O primeiro ponto que visitamos foi a Arena de Verona, que é tipo o Coliseu da cidade. Ninguém sabe muito bem quando ela foi construída, mas acho que nem importa no fim. O legal é saber que a Arena é usada até hoje para concertos musicais (nós vimos a programação dos concertos na praça, mó legal), e dizem que a acústica do lugar é demais. Lá dentro estava acontecendo alguma coisa que eu não sei se era restauro ou a montagem/desmontagem de um concerto. Por fora a arena é mó legal, mas por dentro nem é tão legal assim.. sei lá, foi meio triste pagar para entrar e descobrir que por fora é mais legal. As vezes eu penso que o coliseu é assim, quando eu entrar lá eu conto para vcs!
A Arena por fora |
A Arena por dentro |
A vista da Arena para a praça |
O segundo lugar que visitamos foi o Castel Vecchio, que é um castelo super legal, construído bem pertinho do rio, e com uma ponte para atravessá-lo. Claramente ele era um castelo de defesa da cidade, aonde os soldadinhos podiam lutar contra os invasores, tendo o rio como um aliado. O mais legal do castelo é a ponte ( a gente nem entrou em um museu das armas que tem lá), que tem uma vista bem legal para o rio.
O rio, e a ponte |
A ponte, toda estilosa |
IIIipi, o rio! |
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"Manhêee, olha só, toquei no rio!" |
O Marcon chamava o pato como a gente chama o cachorro... vai entender! |
O terceiro lugar do dia foi a piazza arsenale, que é um complexo militar, e foi construído lá em 1850 pelos austríacos, quando eles dominaram Verona. Não sei muito sobre a história, ou o porquê dos austríacos terem construído isso lá, mas lá dentro tem um jardim legalzinho, e só.
Criancinhas brincando na gangorra genial |
Saindo de lá nós fomos margeando o rio até o Duomo de Verona. Este caminho foi lindão, com as árvores amarelinhas do outono fazendo companhia para a gente durante todo o caminho. O Duomo também é super legal, e é uma das 4 igrejas mais importantes de Verona (é, acho que cada cidade italiana tem pelo menos umas 10 igrejas grandes..). O Duomo foi construído lá em mil cento e pouquinho, e é bem bonita e grande, com um teto impressionante. Estou chegando à conclusão que a pegada dos projetistas das igrejas é o teto...
ÊEE, árvores no outono! |
Duomo de Verona |
O teto do Duomo |
Saindo do Duomo fomos à Chiesa de Sant’Anastasia, que é outra das 4 mais importantes da cidade. Infelizmente, a gente só conseguiu entrar e dar uma olhadinha, porque a igreja estava em missa. De lá, fomos à Igreja de San Zeno, que também não pudemos entrar porque estava tendo um casamento.
Olha só que caminho lindo! |
ÊEE, outono, folhas amarelinhas no chão, êe! |
hahahaha |
Decidimos parar de ir em igrejas e ir para o Teatro romano, definitivamente o lugar mais legal que a gente visitou em Verona. Ele foi construído no século I a.C (é meu, AAANTES de cristo!), e foi construído entre as duas pontes da cidade (ainda hoje algumas pedras de uma das pontes ainda estão conservadas em seus lugares originais, é muito legal de ver, os caras aqui mandam muito bem no restauro!). Mas o mais legal do lugar não é o teatro em si, é a vista da cidade lá de cima é que de tirar o fôlego. Eu seria capaz de ficar lá horas e horas olhando para milhares de lugares mas o dia nem estava tão bonito assim, estava frio, e a essa altura do campeonato eu já estava com uma dor sensacional no tendão de Aquiles e mau conseguia andar.
A vista de Verona, uau! |
Saímos do teatro e voltamos para o centro de Verona, aonde fomos até a casa do Romeu e Julieta, dessa vez para entrar lá. Foi meio broxante, porque essa casa era tudo o que eu sabia sobre Verona antes de pisar lá, e no fim foi o lugar mais sem graça que a gente visitou. Tava abarrotado de gente enlouquecida tirando foto e tal. Duramos 5 minutos na entrada da casa até encher o saco e sair de lá, mas vimos a varanda que a Julieta falou com Romeu, e vimos as mil declarações de amor escritas nas paredes durante os anos, mó legal.
Olha só quanta gente colocou o seu nome e o do seu amado dentro de um coraçãozinho... |
A galera na casa da Julieta |
Depois nós passeamos um pouco pelo centro da cidade, mas eu já não tinha mais forças e estava mancando muito, eu só queria a minha cama. Então, nós voltamos para o simpático bar do café da manhã e decidimos pegar um ônibus para ir para a estação de trem.
Escavações no centro da cidade. |
O chocolatinho da noite, antes de partir. =/ |
Pegamos o ônibus errado (claro!), e fomos pedir socorro para o motorista só quando o ônibus chegou no ponto final, e ele mandou a gente descer, lá no fim do mundo, pegar um outro ônibus, e depois mais um, até chegar na estação de trem. A gente desceu mó tristinhos do ônibus porquê tudo tinha dado errado, e enquanto andávamos para o ponto vimos que o motorista do ônibus deu uma volta na quadra, desligou a luz, pegou a gente de volta e disse assim: “sobe aí, eu levo vocês! Mas é segredo, ninguém pode saber! Qualquer coisa, digam que eu peguei vocês no ponto da universidade! Como é tudo clandestino, eu vou deixar as luzes do ônibus desligadas!”, e levou a gente clandestinamente até a estação. Fofíssimo (mas rolou um grande medo de ser seqüestrada...)
Nós nos perdemos depois de descer do ônibus (claro!), no caminho até a estação, e o marcon entrou em um hotel chique para pedir socorro e o moço foi super simpático com ele (“- estou um pouco perdido, você pode me ajudar?”, “- estamos todos perdidos, mas juntos e com força, conseguiremos..”), e disse direitinho como fazia para chegar lá. Chegando na estação, faltava muito tempo para o trem sair, e enrolamos lá e demos boas risadas.
No trem de volta, tinha a italiana mais mau educada do mundo. Nem vale falar dela, depois de Verona ter sido tão legal, ia estragar o post. Só deixo registrado que todas as pessoas mau educadas do mundo deviam morrer dolorosamente. Chegamos em casa as 7 da manhã , e eu quase morri de tanto cansaço e dor no pé, mas durmi feliz...
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