09.11.2010 – Gaudìa
É, o cansaço ganhou uma das batalhas, e eu perdi a manhã durmindo. No fim até que foi bom, eu acordei com bastante energia para andar loucamente por Barcelona. Na noite anterior, o Isaac me ajudou a fazer um roteirinho do passeio, e o primeiro ponto era o Parc Güell, adivinhem de quem: Gaudì.
Só um adendo: antes de sair, o Isaac falou assim para mim “Bom Gaudìa, Gabi”. Hahaha, achei sensacional! E foi o que foi mesmo, um dia só vendo o Gaudì. Demais!
Bom, parque Güell: Meu deus! Que ladeira é aquela? O parque fica em um posto bem alto da cidade, e tem uma vista super legal, mas poxa, precisava ser curel assim com as minhas perninhas? Eu tive que subir uma rua muito muito MUITO íngreme. Menos mau que tinha algumas escadas rolantes no meio do caminho, mas mesmo assim a subida foi bem cruel. Aos próximos visitantes de Barcelona, preparem as pernocas!
Chegando no parque, foi muito prazeroso pegar a minha sacolinha de comida comprada no supermercado, fazer um lanchinho bem gostoso e comer olhando para Barcelona, debaixo do sol, delícia. Aí eu saí para ver as coisas Gaudinianas do parque, sempre acompanhadas por grupos de turistas, geralmente orientais. As fotos dizem mais do que os meus relatos:
(minha conclusão: o gaudí devia ser um ótimo aluno de PEF)
É muito pior do que parece... |
Mas valeu a pena pela vista |
E pelo Gaudì, claro. |
PEEEEF!!! |
Do parque, eu andei uns 3 Km até chegar no próximo ponto: o prédio La Pedrera, também do Gaudì (claro!).
O prédio de apartamentos de classe alta da sua época é muito interessante, porque ele usou lá elementos estruturais que não eram normais para a época. Por exemplo, a estrutura do edifício é apoiada sobre lajes, vigas e pilares, como hoje, e não sobre paredes estruturais, como na época. Isso permitiu espaços muito mais amplos, e uma maior liberdade na composição da fachada.
Ele usava uns materiais que não eram muito comuns na época, o cara curtia mesmo uma tecnologia. Por outro lado, ele usava também materiais normais – como o tijolo – e técnicas construtivas simples, para construir coisas muito diferentes, se inspirando nas formas da natureza ( que tem muito a nos ensinar no quesito estrutura). Daí vem o lugar mais impressionante da La Pedrera, que é o último andar, que abriga também uma exposição sobre a obra e a técnica do Gaudì. Lá, ele usa somente curvas caternárias para estruturar a cobertura, e constrói isso com simples tijolos, ficou ótimo! Para ilustrar, fotos:
Reparem nas caternárias na cobertura.. |
Juro, é isso mesmo! A cobertura do edifício |
E o sol se põe... |
Da La Pedrera, eu fui andando até a próxima construção do Gaudì, a Casa Batlò. A casa é uma piração só, mas é impressionante notar a coerência estrutural em tudo o que ele fez, e também a atenção nos detalhes, desde a maçaneta da porta até o funcionamento da esquadria na fachada principal.
A primeira coisa que eu pensei quando entrei na casa foi “nossa, eu tô no fundo do mar!”, e na verdade foi do mar que o Gaudì buscou a inspiração para fazer a casa. A audioguia desse prédio era muito apaixonada pelo Gaudì, aí o passeio ficou meio chato, mas com certeza esse foi o lugar mais legal do dia.
A casa é simplismente demais. De novo, eu acho que eu não sou boa para explicar sentimentos, e também acho que não cabe aqui ficar dizendo em todos os detalhes que eu reparei (tirei pelo menos uma foto para cada detalhe, tenho umas 100 fotos dessa casa..), então, lá vão mais fotos:
Antes e depois de Gaudì. |
Entrada.. |
Olha só que abertura para o lado de fora! |
Porta muito doida |
Não mais doido que o teto, os pilares e a porta e a esquadria... |
O Gaudì inventou o lustre, que é muito legal e eficiente! |
Detalhe para as luminárias |
"Mãaae, olha só! Eu vim para Barcelona!" |
Depois de uma overdose gaudiniana, eu fui passear pelo centro de Barcelona, para processar um pouco as idéias. Já estava de noite, e eu estava sozinha com a câmera na mão. Não, eu não senti medo. Muito pelo contrário, o que eu senti foi um prazer muito grande de estar caminhando em ruas cheias de pessoas felizes, e de de repente sentir que eu fazia parte de uma noite agradável em Barcelona, não que eu estava sozinha e perdida, muito muito longe de casa. Enfim, vi várias coisas legais, mas as fotos não ficaram boas porque estava escuro e eu ainda não desenvolvi a técnica de tirar boas fotos no escuro... sorry
Cheguei em casa as 20h30, quando o Isaac chegou da faculdade. Aí a gente jantou, e fomos conhecer uns bares em Barcelona. Ele me levou para o bar mais divertido de todos os tempos, o chupitos. Lá, é um bar de shots, e as pessoas vão para lá beber um pouco, como um esquenta da balada. Cada shot é 2 euros, e tem zilhões de opções diferentes, cada uma mais maluca que a a outra. Cada shot é quase uma performance do barman, que sempre faz uma piadinha, coloca fogo, inventa uma maluquice. Eu tomei 2 shots: o primeiro eu não lembro o nome, mas eu coloquei um marshmellow no fogo (fogo na bancada, ê!), e apaguei ele no shot antes de beber; e o outro se chamava procurando Nemo, e eu procurei um M&M com a boca, no meio do chantilly, antes de beber o shot. Foi muito divertido!
Saindo de lá a gente foi para outro bar, tomar uma caneca de cerveja. Daí, vieram as fotos:
Quando chegamos em casa, bêbados e cansados, morremos.
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